segunda-feira, 25 de maio de 2009

Não vale perder por falta de comparência


No passado domingo assinalou-se o 43.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, um excelente momento para a Igreja Católica reflectir sobre a utilização que quer fazer da Internet. Este já deixou de ser um “novo meio” para se transformar numa ferramenta cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. Ignorar a sua existência é um erro grave.

Mais do que iniciativas individuais, que algumas vezes até são relatadas na comunicação social num tom a roçar o jocoso, importa definir uma estratégia consistente para actuar num universo muito vasto, que vai desde a comunicação por correio electrónico ao mundo virtual do Second Life. Este meio tem regras próprias, que importa compreender e usar de maneira inteligente.

Numa reportagem publicada na edição do passado dia 18 de Maio do Diário do Minho (que pode ser lida mais abaixo) foram apresentados alguns bons exemplos do que pode ser feito para pôr a Internet ao serviço do anúncio da Boa Nova. Desses casos, destaco a iniciativa da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, que lançou uma página no MySpace na 46.ª Semana das Vocações, seguindo uma estratégia delineada por uma agência especializada. Se os jovens estão no MySpace, no Hi5 ou no Facebook, por que não ir ao seu encontro? Por que não usar a sua linguagem? Saliento também o projecto “A Caminho”, que mostra a incorporação de ferramentas que incentivam a interacção, tentando combater a passividade que muitas vezes afecta os cristãos.

Projectos como estes revelam uma Igreja que vai ao encontro da realidade das pessoas, uma Igreja com uma “atitude à Jesus”, que não tem medo falar no meio dos homens em pé de igualdade. E traduzem também uma Igreja que percebeu que tem de apostar na qualidade da comunicação, numa época em que existe uma saturação de mensagens.

O que ainda se verifica é que, por vezes, os cristãos estão ausentes dos debates “online” ou participam de maneira desastrosa. Isto levanta questões que vão muito para além da utilização das novas tecnologias, remetendo para áreas como a formação e a cultura de participação. Será que temos cristãos suficientemente formados e motivados para participarem de forma construtiva em diferentes plataformas? O que é que está a ser feito para que haja cada vez mais “cristãos upload”, que contribuem activamente num mundo cada vez mais complexo? Estas são algumas das perguntas que importa levar a sério, sob pena de os cristãos perderem por falta de comparência.

Reportagem:

Presença na Internet é um desafio que a Igreja deve levar a sério

Ecclesia e Conferência Episcopal apresentam novos portais

Projectos da Igreja têm de ser cada vez mais profissionais

“A Caminho” diversifica ferramentas para a participação da comunidade

Vocações no MySpace


Redes sociais são instrumento de aproximação aos jovens


Internet está a mudar as relações entre as pessoas



[Publicado no Diário do Minho, 19 de Maio de 2009]

Sem comentários: