segunda-feira, 25 de maio de 2009

Projectos da Igreja têm de ser cada vez mais profissionais


Diocese de Aveiro está a implementar estratégia estruturada para a Internet

A Igreja já «apanhou o comboio» da presença na Internet, mas está mais próxima da «última carruagem» do que «da primeira classe». A imagem é apresentada pelo responsável pelo projecto de comunicação da Diocese de Aveiro, que depois da renovação do seu sítio avançou com um canal de televisão “online” e com uma conta no Twitter. Após a entrada na designada “Web 2.0”, o plano passa agora por usar as novas tecnologias ao serviço do apoio espiritual.

Fernando Cassola Marques refere que os projectos têm de ser «cada vez mais profissionais» e que «“o qualquer coisa serve” já não é suficiente». Este responsável lamenta que a Igreja tenha «ficado para trás» e que o panorama ainda seja «desolador», embora ressalve que «há exemplos felizes» e que a situação já esteve «bem pior». «Não faz sentido outra coisa que não sejam projectos profissionais, com estratégias pensadas por pessoas que percebam da área da comunicação», afirma.

Foi deste princípio que partiu a Diocese de Aveiro. Depois de uma fase de entusiasmo com a Internet no início da década, o processo estagnou. D. António Francisco dos Santos, antigo Bispo Auxiliar de Braga, foi encontrar uma diocese com muitas lacunas nesta área. A partir daí, Fernando Cassola Marques desenvolveu um plano «coerente do ponto de vista estrutural», para implementar ao longo dos anos. «O objectivo foi criar uma presença regular na Internet, pôr os novos meios tecnológicos ao serviço da evangelização e promover a partilha de ideias», explica este mestrando em novas tecnologias.

Primeiro foi trabalhada a página da diocese, depois veio a Web 2.0 (YouTube e Twitter) e seguir-se-á uma fase mais relacional, que visa mobilizar as pessoas para a participação. Em paralelo estão a decorrer esforços no sentido de aumentar a frequência de actualização da página e a colocação de mais vídeos, em articulação com o “Correio do Vouga”, semanário diocesano.
Este responsável destaca que as pessoas valorizam a interactividade e ferramentas que ainda nem todos os sítios na Internet têm. «A colocação da galeria de fotos acarretou um aumento da procura do “site”», exemplifica.

Não pondo de parte a possibilidade de se poder vir a falar com D. António Francisco dos Santos via Twitter, este profissional com formação em Informática e Teologia refere que as actuais tendências de comunicação «exigem da Igreja uma atitude “à Jesus Cristo”, que comunicava com as pessoas estando no meio delas». «A Igreja não se pode fechar dentro das suas portas. Os senhores bispos têm de acordar para esta realidade», adverte.

[Publicado no Diário do Minho, 18 de Maio de 2009]

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