Maíra Ribeiro centrou-se a sua mestrado em Ciências da Comunicação no Diário do Minho (Braga) e no italiano L’Adige (Trento), de forma a perceber quando e em que profundidade é que o imigrante brasileiro é representado na imprensa. A investigadora encontrou 1329 imigrantes brasileiros referidos ao longo de 2007, sendo que nessas notícias a representação é «homogeneizada» e os indivíduos são, «na sua maioria, tratados enquanto grupo e não enquanto indivíduos singulares».
A análise decorreu no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, que pretendeu «promover o debate sobre os benefícios do convívio numa diversidade de povos e estimular uma crescente consciencialização para o tratamento igual para todos e uma vida livre de discriminação».
O “Desporto” e os “Casos de Polícia” são os temas com maior presença primeira página dos dois jornais. Os dados recolhidos mostram, aliás, que o número de desportistas é muito elevado: 90,2 por cento para o Diário do Minho e 78,5 por cento para o D’Adige. «Os desportistas são notícia pelo grupo e ocupação que têm e não como indivíduos imigrantes», afirma.
Na grande maioria, as imigrantes brasileiras – Diário do Minho (81,8 por cento) e L’Adige (61,5 por cento) – encontram-se associadas a comportamentos negativos. «A mulher é representada de forma negativa e ligada na maior parte dos casos às temáticas da prostituição e criminalidade», explica.
Do total de imigrantes, «somente 15,3 por cento efectivamente falaram nas notícias», sendo que desses 96,8 por cento no Diário do Minho e 90,7 por cento no L’Adige eram homens. Nos temas em que o imigrante brasileiro foi ouvido enquanto fonte de informação, o “Desporto” representou 95 por cento dos casos.
[Publicado no Diário do Minho, de 26 de Fevereiro de 2009]
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