Não vou regularmente a essa rede de supermercados que dá pelo nome de CTT Correios, onde selos e envelopes convivem alegremente com livros, relógios, canecas e inúmeras (in)utilidades.
Segunda-feira, fui duas vezes a uma destas superfícies comerciais. Depois de folhear livros com gatinhos, cãezinhos, definições de amor e afins, desisti do exercício de estupidificação auto-infligida.
Eis que me deparo, então, com uma prateleira que me pareceu caber na definição de livros de “desenvolvimento pessoal”.
Peguei em “Não leve a vida tão a sério”, de Hugh Prather (Pergaminho), do qual nunca tinha ouvido falar, obviamente por indesculpável ignorância. O livro abriu-se na página 97, onde se pode ler o seguinte:
«Um bom partido não é nada bom
Embora sejam mais duradouras e tenham menos percalços, as relações com um homem ou uma mulher simples não são tão procuradas como as relações atribuladas com indivíduos complicados. As expectativas baixam de imediato se uma potencial companhia para um encontro “às cegas” é descrito como “simpático”. Os indivíduos que alcançam uma posição social de destaque muitas vezes abandonam as pessoas que os amam e compreendem verdadeiramente e procuraram uma “namorada-troféu”, alguém que chame infalivelmente a atenção de toda a gente. Infelizmente, não se pode estar descansado quando se tem uma namorada-troféu. Não se pode ter mau hálito nem uma barriguinha proeminente. Tem de se acordar com bom aspecto e ir para a cama ainda melhor.
É certo que os momentos bem passados o compensam por esses pequenos esforços. Contrariamente à ideia que a maior parte das pessoas tem, o sexo com um parceiro lindíssimo não aumenta o prazer físico; aumenta isso sim, a tensão e a auto-consciência. Um casal que se sente à vontade entre si e em que os parceiros se consideram comuns e normais aos olhos um do outro tendem a ter uma vida sexual mais satisfatória. Além disso, à medida que a beleza física e a importância pública começam a desvanecer-se, a não ser que redobre os esforços para se manter em forma, mais cedo ou mais tarde acabará por ser trocado por um oportunista ou por um símbolo sexual».
Não tive tempo de perceber o enquadramento e o alcance de tão sublime prosa. Apenas li este fragmento descontextualizado, ficando sem saber o que significa. Não sei o que pensar. Aliás, já pensei se deixar de pensar não seria uma boa solução...
1 comentário:
então e os Homens Intelegentes? Esses, com "H" e "I" bem grandes é que interessam... Venham eles!!!!
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