Alguns importantes especialistas mundiais do estudo dos “media” dizem que o jornalismo do futuro implicará mais investimento por parte das empresas detentoras de órgãos de comunicação social.
Num cenário marcado pela hiper-abundância de informação, caberá aos jornalistas oferecerem, tal como refere Robert Picard, a tábua de salvação do “dilúvio” de informação no qual o cidadão comum se viu de repente imerso.
De acordo com o mesmo autor, isso implica, entre outros aspectos, apostar mais no enquadramento da informação do que no volume e na velocidade, apresentar um trabalho merecedor de confiança e fazer chegar os dados na plataforma adequada às necessidades das pessoas.
Cada vez mais a convergência de meios é uma realidade e o texto, a imagem e o som unem-se, obrigando os jornalistas a novos desafios. E aí a formação desempenha um papel fundamental.
As possibilidades tecnológicas são, no entanto, vistas por muitos como uma forma de reduzir custos e de dar um novo impulso aos lucros. Falar da reestruturação de meios de comunicação social é quase sempre sinónimo de despedimentos.
Temos, pois, num contexto cada vez mais exigente, menos jornalistas a fazerem mais trabalho. Surgem então os jornalistas “inspector Gadget” (para usar as palavras de Rich Gordon) ou Sport Billy. Da sua mochila saem bloco, caneta, gravador, máquina de fotografar e filmar e, com um bocado de sorte, um computador portátil para fazer a edição do trabalho. Se este homem/mulher precisar de orientação, provavelmente não vai ter quem o/a auxilie, pois as redacções ficaram quase sem seniores.
A questão que se coloca é saber se, nestas condições, os profissionais conseguirão fazer o tal jornalismo de qualidade que a sociedade precisa.
26/05/2007
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