Uma breve vista de olhos pelas secções de economia ou de “media” dos jornais permite-nos encontrar quase todos os dias notícias relacionadas com empresas detentoras de órgãos de comunicação social.
Tal como sublinha Elsa Costa e Silva, «um olhar mais atento aos jornais e à televisão percebe que a concentração dos “media” em Portugal é uma realidade indiscutível. O nome dos grupos de comunicação entrou no vocabulário correntemente utilizado nas notícias, faz manchetes e origina uma série de reflexões». Uma das questões principais prende-se com o pluralismo.
Um estudo levado a cabo por Silvino Évora, doutorando em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho, revela que os jornalistas têm consciência de que a concentração da propriedade dos meios de comunicação social limita o exercício do direito à liberdade de imprensa, não só através das pressões directas que esporadicamente os jornalistas sofrem, como também através de “incentivos” à prática da auto-censura por parte dos profissionais da informação. O trabalho sublinha que os jovens em início de carreira são o elo mais fraco.
A questão da precariedade laboral é, neste cenário, uma das principais vulnerabilidades dos jornalistas, sobretudo dos que estão a entrar no mercado, a que se junta a falta de experiência e de uma rede de contactos que lhes permita viver com “autonomia” em relação aos eventos agendados pelas fontes.
O que é que o público pode esperar de pessoas que trabalham com contratos a termo, a recibos verdes ou à peça? Que os jornalistas sejam heróis todos os dias?
06/05/2007
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