O coordenador da PJ de Portimão, responsável pela investigação do desaparecimento de Madelaine McCann, foi demitido porque se excedeu nas declarações ao Diário de Notícias. Este desenvolvimento veio provar que o chamado “caso Maddie” gira definitivamente em torno da questão mediática.
Desde o início que jornalistas de todo o mundo “acamparam” na Praia da Luz. E foi também desde o início que os McCann apostaram em transformar o desaparecimento da menina num acontecimento global, usando para o efeito os meios de comunicação social.
Para o cidadão comum, que frequentemente tem dificuldade em fazer ouvir a sua voz, terá sido surpreendente a forma como conseguiram montar um esquema de angariação de fundos em todo o mundo, congregar nomes (e montantes) sonantes em torno de Maddie e até marcar uma audiência com o Papa Bento XVI.
Se dúvidas restavam acerca da importância do papel dos “media” neste caso, elas desfizeram-se no momento em que os McCann passaram a ter como porta-voz Clarence Mitchell, ex-spin doctor do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, alegadamente amigo de Gerry. Isto é uma prova de que a gestão da comunicação está nas mãos de profissionais.
As autoridades policiais portuguesas, mais uma vez, e como em quase todas as situações que envolvem a pressão dos meios de comunicação social, estão a ficar mal na fotografia. Elas mostram claramente que não estão preparadas para estes casos. E o nosso passado demonstra também que estão a ter dificuldade em aprender. Será que não está na altura de estudarem melhor a lição e apreenderem com os profissionais?
06/10/2007
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