quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Comunicar ciência


A Universidade do Minho inaugurou, no passado dia 8, a Escola de Ciências da Saúde e promoveu a cerimónia de graduação dos primeiros licenciados em Medicina, os «magníficos 50», como lhes chamou o reitor Guimarães Rodrigues.

O projecto, conseguido a ferros depois de sucessivos adiamentos na aprovação da licenciatura e dos cortes nas verbas para o novo edifício, afirmou-se pela inovação. Um dos aspectos que os responsáveis pela instituição e os recém-licenciados destacaram foi a importância dada à capacidade de comunicação dos médicos.

A comunicação é, sem dúvida, essencial na vida de um médico, quer na vertente da interacção com os pacientes, quer quando chamados à praça pública, normalmente em situações de crise e de grande stress. Mas esta é, sobretudo, uma capacidade que deveria ser transversal a todas as áreas do conhecimento.

A aposta que foi feita neste curso pioneiro deveria servir de exemplo a muitos outros. Não faz sentido formar professores, engenheiros ou arquitectos que no seu dia-a-dia tenham sérios problemas de comunicação. Na sociedade da informação, a ideia do cientista que vive de forma autista, sem conseguir expressar as suas brilhantes ideias, é cada vez mais um mito.

A ciência não é um mundo à parte. Vive em permanente comunicação. Algumas instituições de ensino superior já perceberam que muito do seu prestígio e popularidade advém da forma como divulgam a investigação que produzem.

As universidades e os politécnicos ainda vivem fundamentalmente dos alunos que conseguem atrair. E, para esses, uma reportagem na televisão é seguramente mais fascinante do que muitos artigos que os investigadores publiquem em herméticas revistas científicas internacionais.

Quantas pessoas não terão ficado deslumbradas ao verem no pequeno ecrã a mochila com um painel na parte exterior que acumula energia para carregar telemóveis e portáteis, que foi produzida na Universidade do Minho e distribuída na Cimeira de Lisboa?

25/10/2007

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