segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Boas intenções







O novo presidente do Conselho de Administração dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) anunciou, em meados de Dezembro, que a empresa municipal vai avançar, este ano, com a reestruturação da rede, de forma a cativar mais passageiros. O plano plurianual de investimentos, entretanto divulgado, prevê a implementação desta reestruturação para 2011, após a realização de um estudo sobre esta matéria, previsto para o ano que agora começou.


Depois da concretização do projecto de colocação de painéis electrónicos que permitirão aos utentes ver o tempo que falta para a chegada dos autocarros às paragens, anunciada para este mês, seguir-se-á a meta do aumento da frequência de circulação dos autocarros.

Com financiamento garantido existe também o TUBiclas, um projecto de 1,2 milhões de euros para articular a utilização dos autocarros e das bicicletas. Final de 2011 é a meta apontada para a concretização deste projecto, depois de ter sido anunciado que deveria ficar a funcionar a cem por cento no início de 2010.


A captação de mais utentes afigura-se como essencial para o futuro da transportadora municipal, que tem visto os passageiros escassear. Espera-se com curiosidade os números finais de 2009, ano da introdução da carreira 43 entre a estação da CP e a Universidade do Minho e de uma campanha publicitária, aparentemente inconsequente, que procurava “rejuvenescer” a imagem dos TUB.

A questão do número de clientes dos TUB não se resume, contudo, a uma matéria apenas empresarial, uma vez que está indissociavelmente ligada ao sistema de mobilidade no concelho de Braga.

A intenção de aumentar a frequência dos autocarros é boa, mas à partida parece esbarrar na inexistência de corredores “bus”. Só quem nunca percorreu a cidade dentro de um autocarro cheio em hora de ponta é que poderá dizer que esta é uma experiência agradável.

A cidade que se orgulha da sua área pedonal, vive paradoxalmente em função do carro particular. Isso deve-se à falta de um sistema articulado e eficiente de transportes públicos que permita às pessoas deixar o carro na garagem, mas também à existência em alguns sectores da sociedade bracarense da ideia tacanha de que só anda de autocarro quem é pobre.

Braga tem de começar a olhar seriamente para a questão da mobilidade. Esta é uma matéria demasiado importante para continuar a viver de acções casuísticas e de boas intenções.

[Versão de texto publicado no Diário do Minho, 24 de Dezembro de 2009]

1 comentário:

Poison disse...

Olá , antes de mais agradeço a visita e comentário ao meu blog, e também o elogio!
Eu já participei em alguns concursos/passatempos e continuo a fazê-lo,e tenho enviado fotografias para revistas (já tive 2 publicadas-http://poisonnicky.blogspot.com/2009/09/hoje.html ).
Obrigado pela força, afinal motiva-me sempre comentários como o seu!
Em relação ao seu post, não dou opinião porque não sou dessa zona, e como vi, os transportes não funcionam como no Porto, ou pelo menos nos que eu uso!
Mais uma vez obrigado pelo comentário :)