O coordenador literário da revista “aguasfurtadas”, co-autor do blogue “Dias Felizes” e baterista da banda rock “The Jills”, Rui Manuel Amaral, acaba de lançar o livro de microcontos intitulado “Caravana”.
Esta edição da Angelus Novus, integrada na Colecção Microcosmos, a primeira em Portugal dedicada exclusivamente à micronarrativa, vai ser apresentada publicamente, pela primeira vez, no próximo sábado, dia 19 de Abril, às 16h30, na Livraria Gato Vadio, no Porto. A apresentação do livro a cargo de Rui Lage com leitura de contos pelo autor.
Segue-se o lançamento a 3 de Maio, às 16h30, na Fnac do Chiado, em Lisboa, estando a apresentação do livro a cargo de Fernando Alvim.
A obra será apresentada em Braga, no dia 17 de Maio, às 18h00, na Centésima Página, por Luís Mourão, numa sessão que também inclui a leitura de contos pelo autor.
Paralelamente, o autor está disponível para lançamentos ao domicílio.
Embora seja apresentado como um volume de microcontos, Rui Manuel Amaral prefere chamar a “Caravana” «um livro de ficções ou narrativas breves».
«A micronarrativa é um género muito conotado com regras extremamente precisas a vários níveis, incluindo o número de palavras, que não pode ultrapassar as duzentas. Ora, em literatura, a imposição de regras é um acto altamente castrador. No caso da narrativa breve chega a ser paradoxal. As minhas histórias não obedecem a qualquer regra ou condição. A única regra é justamente não existirem regras», afirma.
O escritor procura «construir histórias que incluam vários espaços em branco, pontas soltas, finais que não são finais, mas o princípio de outras histórias». «A ideia é convidar o leitor a preencher esses espaços vazios, a desatar nós e a criar outros pela sua mão. O leitor transforma-se então no autor das histórias e a leitura converte-se num puro exercício de imaginação. Se conseguir isso, consigo tudo», esclarece.
Confontado com a ideia que algumas pessoas ainda têm de que escrever microcontos é sinónimo de falta de imaginação, Rui Manuel Amaral responde: «Conheço romances de quatrocentas páginas que não valem um verso de Álvaro de Campos ou uma frase de Bernardo Soares. Por sua vez, uma história de quatro linhas pode ser imensamente mais rica do que uma ficção de mil páginas».
Com um blogue onde publica textos originais, Rui Manuel Amaral encara a Internet como um instrumento de divulgação das suas criações (ver aqui e aqui). «A narrativa breve é um género que casa muito bem com os blogues. O blogue é um meio que exige do autor concisão e disciplina de escrita, duas condições essenciais para quem escreve contos curtos», argumenta.
A entrevista de Rui Manuel Amaral ao “Rasate” pode ser encontrada aqui. [Via O Absurdo]
(Foto Angelus Novus)
[Versão de artigo publicado no Diário do Minho de 15/04/2008]
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