Nesse, como noutros aspectos, o trabalho dos provedores dos leitores tem sido muito útil, na medida em que permite levantar o véu sobre as rotinas de trabalho. Saber como as coisas são feitas é meio caminho andado para que haja uma percepção mais esclarecida do que se está a consumir.
Por isso, vou partilhar convosco uma parte de dois dias na vida de um jornalista.
O trabalho começa com o contacto com o assessor de comunicação da estrutura regional A, que remete para o coordenador regional do programa B. O coordenador regional reenvia para o gabinete C, onde os dados estão centralizados. O gabinete C diz que é com o coordenador nacional, a pessoa D, que trabalha no serviço E. A equipa de D – pressupõe-se que composta por funcionários de E – acha estranho que o gabinete C não dê informação, porque é lá que os dados estão, mas de qualquer forma pede um e-mail. Contactado novamente o gabinete C, é explicado que a responsável F, a assessora G e mais-não-sei-quem estão ausentes e um mero administrativo nada pode fazer. O caso poderá mudar de figura se a informação for pedida, por exemplo, pelo Ministério H, que tutela todos os serviços já abordados.

Para a melhor compreensão do trabalho dos jornalistas, os "consumidores de informação" também devem estar consciente de que há locais onde os telefones dos chefes de serviços públicos estão sempre ocupados, dia após dia, que há estruturas onde as chamadas telefónicas caem "acidentalmente" a menos que sejam passadas da administração e que há cada vez mais autorizações que é preciso pedir por escrito, num tempo de alegada luta contra a burocracia. Pois, há tanto para falar...
Continua...
(Versão do artigo publicado no Diário do Minho de 12/03/2008)
1 comentário:
Desculpe, passei para conhecer o blog e dizer que
O AUTISMO EXISTE!
AROMAS DE PORTUGAL
"O Autismo é definido como “uma desordem neuro-desenvolvimental caracterizada pelo enfraquecimento nas relações sociais, linguagem, e pela presença de um comportamento repetitivo e estereotipado."
saudações e um sorriso
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