quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

AEIOU ou o bê-á-bá da asneira...


Acabei de ler um artigo e de ficar estupefacta. Por isso, não resisto a deixar aqui o essencial de um comentário que escrevi no Trio de Rachar sobre a questão dos erros e das gralhas que todos os dias se vêem na comunicação social.

E que tal termos jornalistas a saber Português?

Basta ouvir a televisão ou a rádio e ler a imprensa, desde a dita de referência até às denominadas “folhas de couve”, para perceber que a questão do mau Português é estrutural.

Com os índices de leitura que Portugal tem, os meios de comunicação social desempenham um papel muito importante na forma como as pessoas se expressam. Se vemos erros de palmatória em praticamente todas as edições, mesmo nas publicações mais prestigiadas, como é que se convence a população de que o que as regras dizem não é assim?

O sistema de ensino, o acordo ortográfico e a velocidade de escrita na Internet, com o uso e abuso de abreviaturas e de códigos paralelos, não me permitem ficar optimista.

Para além do problema a montante – jornalistas com uma formação muito débil a nível linguístico –, temos jornais que não valorizam o trabalho dos revisores de provas. É inadmissível haver semi-analfabetos neste cargo. E são muitos, infelizmente!

O que fazer quando um revisor lê um texto e tem o cuidado de modificar todas as vezes em que o jornalista supostamente se teria enganado e escrito “Impresa” em vez de “imprensa”?!...

Seguramente dizer que “errar é humano” é desculpa de mau pagador...

1 comentário:

Pedro Aniceto disse...

Estou longe de ser um entendido em matéria de Educação, mas suspeito que as origens do problema sejam muito mais profundas... É o espelho de um modelo educativo que faliu há muitos anos mas que ninguém admite. Dentro de meia dúzia de anos este tipo de erros serão absolutamente normais e o que eu escrever receberá o mesmo riso irónico que eu exibia quando lia Gil Vicente no Liceu,,,