segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os animais têm direitos


© DR

As Festas Gualterianas realizam-se entre 30 de Julho e 2 de Agosto, em Guimarães, este ano sem a corrida de touros que tradicionalmente fazia parte do programa. Na apresentação da programação dos festejos à comunicação social, os responsáveis autárquicos referiram querer dar «um sinal de modernidade» ao avançarem com esta medida, que tinha sido reivindicada pelos defensores dos direitos dos animais. A Câmara vimaranense junta-se assim ao grupo das autarquias que dão o exemplo daquilo que o poder local pode fazer pela mudança de mentalidades e pela efectiva defesa dos direitos dos animais.

Neste grupo destaca-se Viana do Castelo, que se tornou no ano passado na primeira cidade portuguesa a designar-se simbolicamente anti-touradas. Depois de anos em que as Festas de Nossa Senhora da Agonia eram sinónimo de agonia para os animais, devido à tourada que integrava o programa, o município de Viana foi pioneiro ao decidir que não autorizaria a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do concelho e ao perspectivar outros usos para a  Praça de Touros.  Esta decisão valeu ao então presidente da edilidade, Defensor Moura, o Prémio António Maria Pereira, atribuído pela Animal.

Este pioneirismo poderia ter sido da Póvoa de Varzim, que, em 2008, chegou a analisar em reunião de Câmara uma proposta desta natureza.  A ideia acabou por não vingar e a Praça de Touros continua a receber este espectáculo bárbaro, ali se realizando, por exemplo, a 24 de Julho a XIV Corrida TV Norte.

Pequenos avanços mostram que a actuação de pessoas empenhadas na defesa dos direitos dos animais vai surtindo efeito e que a mudança de mentalidades é possível, embora seja um processo lento. Há ainda um longo caminho a  percorrer para que a Declaração dos Direitos dos Animais seja efectivamente posta em prática, no qual os políticos podem desempenhar um papel fundamental, nomeadamente os autarcas, sobre quem impendem cada vez mais responsabilidades. O trabalho é imenso e chega para todos, a começar pela sensibilização da população para as coisas mais básicas, como não abandonar os animais domésticos em período de férias.

[Publicado no Diário do Minho, 17 de Julho de 2010]

1 comentário:

Neves disse...

são uma porcaria... isto é uma imagem que se apresente? deviam ter vergonha na cara. são piores que canalha.
Envergonham todos aqueles que lutam pelos direitos de animais e humanos. tenham vergonha na cara, se é que tem cara.