quarta-feira, 14 de abril de 2010

Máquina fotográfica, a arma contra a praxe

O Campus de Gualtar da Universidade do Minho está hoje pejado de grupos de praxe. Não sei se nos outros dias também é assim, mas hoje estive lá e confesso que o cenário me incomodou bastante.

Dentro e fora dos espaços universitários, há jovens de joelhos, a rastejar e a gritar palavrões, obedecendo às ordens de outros jovens, investidos da autoridade que o estatuto de “doutores” supostamente lhes confere.

Mais uma vez, tive a oportunidade de constatar que os praxantes não suportam que alguém lhes aponte uma máquina fotográfica. Têm direito à imagem, dizem.

Por isso, parece-me que as máquinas fotográficas e telemóveis com câmara podem ser armas importantes contra as praxes estúpidas, muito mais eficazes do qualquer ameaça do ministro do Ensino Superior ou campanha de sensibilização.

Vamos lá fotografar?

6 comentários:

M. disse...

'Bora nisso!
Fala-se tanto em bullying. E a praxe, não é bullying também?
Bjs,
Madalena

Miguel Ribeiro disse...

Quem conhece a praxe não se queixa.
Eu próprio fui praxado, praxei e praxo!
Não vejo comparação possível da praxe com o bullying! O bullying consiste em agressão em que a vítima não tem hipótese de escolha... Na praxe todos têm escolha de quererem ou não ser praxados e recusarem praxes que possam ferir os seus sentimentos ou ir contra as suas crenças e/ou princípios.

A partir do momento em que um "caloiro" não tem hipótese de escolha deixa de haver praxe e passa a haver maus tratos, o tal bullying.

Não censuro o pedido de não querem que fossem tiradas fotografias pois a praxe é algo que deve de estar presente apenas entre os trajados e caloiros. No entanto, o facto de terem ido para um lugar público não foi racional da parte de quem não queria ser fotografado.

Existem academias em que não é obrigatório o uso de traje para praxar, no entanto a meu ver, estas academias funcionam mal. O uso do traje durante a praxe faz com que quem praxa seja praxado, e porquê? Porque a época de praxe é em setembro/outubro - altura de muito calor - e imagine-se o que é ao sol com um facto inteiro e com sapatos "crocodilos".

Eu não censuro a praxe, censuro e condeno aqueles que a praticam na forma de castigo (que nem praxe deve ser considerada) e que praxam sem serem praxados.

O mal deste país não é praxe, nem nunca há-de ser. Os "meus" caloiros de há dois praxavam-se a eles próprios após o término da época para o efeito.
Este ano, muitos deles pediam mais e mais praxe.

Se fosse bullying, eles faziam isso?

Anónimo disse...

O problema é que vivemos num pais de cocozinhos e meninos da mamã e do papá. Uma das primeiras coisas que é ponto assente nista coisa das praxes é: só é praxado quem quer, sendo estas totalmente voluntárias! Quem não quer não é praxado, não tem de andar a rebolar no chão nem andar a "dizer palavrões" e isso pode muito bem comprovar em qualquer lado.
Ou seja, e para não me alongar muito, os caloiros não precisam que você ande atrás deles com uma máquina fotográfica a tirar fotos, porque estão lá porque querem!

M. disse...

Caros senhores,
se assim fosse, isso signicaria que a maioria dos estudantes gosta de ser humilhado, rebaixado pelos outros, de ouvir berros e insultos, e de fazer figuras pouco condicentes com a sua idade (e até estatuto). No lo creo ;)
Há, sim, muito carneirismo e pouca coragem para se ser "do contra", tanto aí como noutros locais.
Mas quem gostar, nada contra!
Um abraço,
M.

Miguel Ribeiro disse...

Enquanto a praxe for feita dentro da academia, não me sinto humilhado de forma alguma pois todos já por lá passaram.

Anónimo disse...

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