quinta-feira, 30 de abril de 2009

O fim de um ciclo


A 18.ª Feira do Livro de Braga está a decorrer no Parque de Exposições até ao próximo domingo, dia 3 de Maio. Em tempos de crise, mas também fruto da concorrência de eventos similares (a Feira do Livro de Coimbra realiza-se de 17 de Abril a 2 de Maio e a de Lisboa começa hoje), o certame viu diminuir o número de expositores e de área de exposição. O programa cultural mantém o formato habitual, que não envergonha, mas também não surpreende minimamente, sendo a única novidade a mudança do local da grande nave onde decorrem as sessões.

Na inauguração do certame, o administrador do Parque de Exposições anunciou que esta é a última Feira do Livro que organiza, uma vez que não tenciona continuar a ocupar o lugar depois das eleições autárquicas que se avizinham. A justificação que Jorge Cruz deu para deixar a empresa municipal foi o cansaço. Igual argumento foi apresentado, dias depois, por José Manuel Mendes ao revelar publicamente o seu adeus à feira.

Estes anúncios significam que a edição que marca a chegada à maioridade do evento cultural representa o fim de um ciclo, deixando muitas interrogações em aberto acerca das soluções que vão ser encontradas para a organização deste certame em concreto, mas também sobre o futuro da empresa municipal que até agora tem sido responsável pela sua organização.

Promover um certame desta natureza em Braga não é, certamente, tarefa fácil. Se sensibilizar o poder central para apoiar a cultura em Braga pode ser uma missão complicada, a verdade é que a questão começa na imagem que se projecta para o exterior. Para perceber as prioridades políticas basta verificar que o presidente da autarquia não teve disponibilidade para marcar presença na abertura de um dos momentos mais significativos a nível cultural da cidade, mas, por exemplo, já foi inaugurar três vezes troços de canteiros no topo da Avenida da Liberdade. É razoável esperar que o ministro da Cultura esteja na inauguração, se nem o presidente da autarquia lá põe os pés?

Os desafios que se colocam são, no entanto, mais vastos e passam mesmo pelo formato do evento. As realizações que perduram no tempo correm o risco de cair na mesmice, perdendo a capacidade de surpreender. Se quiser continuar a afirmar-se como um importante evento cultural, o certame tem de descobrir fórmulas para se manter atractivo e para acompanhar a mutação que o próprio mercado livreiro está a sofrer. O que é que se segue?


[Publicado no Diário do Minho, de 27 de Abril de 2009]

Foto PEB

1 comentário:

anareis disse...

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