Veio de longe, da terra do pó.
Veio clandestino e só,
à procura do pão.
Veio fugido das bombas
do império
que escorraça as pombas.
Veio marcado pelo ferro
das palavras clandestinas,
por detrás dos muros
onde pensar é erro...
Veio de qualquer lado,
vizinho daqui;
e ei-lo despojado...
Não tem lugar:
apenas uma esquina
onde o acordeão
toca em sudina.
E as lágrimas escorrem
no som que diz:
"Noite Feliz!...."
João Aguiar Campos.
Anseios (2005), pag. 16.
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