Acho fascinante ficar numa livraria a observar as pessoas. Nesses momentos, interrogo-me sobre os motivos que levam alguém a comprar um livro. Será o autor? O título? O design da capa? Uma frase lida ao acaso? A divulgação da obra na comunicação social? O destaque com que aparece no estabelecimento (sobre esta questão ver aqui)?
Suponho que entre esses motivos também esteja a curiosidade gerada pela apresentação das obras nos catálogos das editoras. Eu pelo menos fiquei curiosa ao ler o resumo do livro “O Canto de Mársias. Por uma Poética do Sacrifício”, de Fernando Guerreiro, no catálogo de 2008 da Angelus Novus, pag. 24, e desenvolvido aqui.
«Seja por vontade de sublimação, seja por esquecimento de si na engrenagem dos seus dispositivos de reciclagem, dir-se-ia que as “artes” tendem a iludir ou a recalcar a dimensão de sujidade que, com os seus rudimentares poderes de simbolização, elas se forjaram no início. Face a este impasse da representação do real, vários autores se têm referido à necessidade de um novo sacrifício. Trata-se talvez de, como Madonna fazia num dos seus clips, espatifar de encontro a um poste o modelo já cansado de uma desacelerada concepção de cultura».
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