Reflexões em torno da comunicação, nas suas mais variadas formas, e não só. Um exercício de cidadania. Por uma jornalista, que será sempre a culpada. Pelo menos por aqui...
terça-feira, 22 de abril de 2008
Livro de Alberto Peixoto e José Miguel Braga apresentado na Alberto Sampaio
A Escola Secundária Alberto Sampaio comemora, amanhã, o Dia Mundial do Livro, com o lançamento, às 21h30, no auditório Álvaro Carneiro, da publicação “Lição de Desenho no Orfanato”, que junta desenhos de Alberto Peixoto e textos de José Miguel Braga
Amadeu Santos escreve, na apresentação do livro, que lhe foi pedido para dar «uma passagem de olhos» pela “Lição de Desenho no Orfanato” num «dia em que andava a ler acerca de instituição e regimes da sociedade disciplinar».
Este autor explica que Alberto Peixoto «leccionou desenho numa dessas instituições de acolhimento e “recuperação” de crianças e jovens desafortunados». «“Lição de Desenho no Orfanato” é um trabalho de anamnese desta e doutras dolorosas experiências de contacto com a clausura e a diferenciação humana», assegura.
«O gesto vertiginoso que levou a estes desenhos ocupou apenas algumas horas de um dia outonal de 1997, tendo o artista concluído duas séries de desenhos a que dá o título que, agora, é deste livro. A primeira série fora já vista numa das suas exposições; a segunda – que originou este livro – hibernou no atelier, até que José Miguel Braga se debruçou sobre ela, entre 2005 e 2007, num trabalho lento de lapidação da palavra em busca de uma quase improvável clareza», escreve.
Em seu entender, este livro é «um objecto de arte, de leitura, meditação e contemplação». «Dois criadores e duas narrativas, cada uma vivendo por si mesma, mas descrevendo tangentes e intersecções. Nem desenhos a ilustrar um texto, nem um texto a comentar desenhos. E, no entanto, a mesma convulsão, a mesma intensidade, a mesma vontade de expiar a dor, tremulando entre a esperança e a desesperança», acrescenta.
Amadeu Santos refere que os dois autores são «docentes da escola pública e, sobretudo, bons amigos, com as suas cumplicidades intelectuais, os seus talentos e um modo muito semelhante de viverem e fazerem arte, à margem dos lustrosos salões da indústria cultural e dos corredores do poder e do mercado».
«Os mestres desta “Lição” são homens de várias artes. Alberto Peixoto, nascido em 1954, em São Martinho de Dume, estudou artes e tem um rigoroso percurso artístico, mas também ama escrever e entregar-se ao piano, à paixão da música. José Miguel Braga nasceu em 1957, em Braga, estudou letras e escreveu livros, mas também ama cuidar de plantas e entregar-se ao teatro enquanto actor e encenador», contextualiza.
[Versão de artigo publicado no Diário do Minho de 15/04/2008]
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